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Roteiro de 3 dias por Berlim: visitando o essencial

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Na nossa viagem ao Leste Europeu (confira aqui), nós fizemos nossa chegada e saída pela Alemanha – Frankfurt e Berlim, respectivamente. Uma dica bem interessante para quando estamos organizando uma viagem que possui múltiplos destinos é comprar uma passagem que chegue por um lugar e saia pelo outro, pois assim você não “perde” tempo de viagem voltando para um lugar que você já conheceu; às vezes pode ser um pouco mais cara, porém, compensa na economia de tempo.

Conosco aconteceu algo mais inesperado ainda: a passagem de retorno quando colocamos uma parada em Nova Iorque ficou R$1.500,00 mais barata, do que retornar direto para o Brasil! Nem precisa perguntar o que fizemos, arrumamos o itinerário e terminamos a viagem com um final de semana na Big Apple, como já conhecíamos um pouco a cidade foi mais tranquilo – cheque aqui nossas dicas do que fazer numa segunda (terceira, quarta,…) visita à NYC.

A capital da Alemanha guarda um acervo histórico enorme, pois foi capital de vários reinos que por ali passaram e, principalmente, pelos eventos mais recentes da Segunda Guerra e Guerra Fria onde foi dividida fisicamente pelo trágico Muro de Berlim. 

Ilustração de Berlim Oriental e Ocidental

Berlim

Como chegar em Berlim

Apesar de ser a capital e maior cidade do país, Berlim não possui conexão de voos diretos com o Brasil. Entretanto é muito bem servida de voos internos e as companhias como TAP, Lufthansa, Air France vendem as passagem até lá com bons preços.

Quando estivemos lá, nós viemos da Cracóvia (veja o post sobre essa linda cidade e sobre a visita à Auschwitz) e utilizamos a companhia Air Berlin para o voo interno.

Do Aeroporto ao Centro de Berlim

Existem dois aeroportos na cidade: Tegel TXL (mais próximo) e Schönefeld (SXF).

Os carros de aplicativo funcionam muito bem na cidade e são um opção confiável e rápida, porém não muito barata.

Para quem vem do aeroporto de Tegel pode usar o ônibus JetExpress TXL que vai até a proximidade da Alexanderplatz e dali pode-se fazer baldeação ou pegar o metrô (que funciona muito bem na cidade).

Os que chegam no aeroporto Schönefeld tem a opção do trem Airport Express que leva às estações  Alexanderplatz e Friedrichstrasse sem baldeação (linhas R7 e RB14)

Qual a melhor época para visitar Berlim

Por ser uma cidade muito cosmopolita e com diversas atividades para serem feitas, uma visita por lá é bem vinda em qualquer época do ano.

Mas para informação, o verão não é tão escaldante quanto em outras cidades europeias, o inverno neva mas não são temperaturas muito frias e a cidade tem uma média de 8-10 dias de chuva por mês.

Sempre que preciso indicar um período para conhecer a Europa, eu indico setembro e outubro. Para mim, é uma época ideal para visitar pois não está tão quente e nem ainda começou inverno e chuvas.

Quanto tempo ficar em Berlim

É uma cidade que contém muita história, muita informação; assim, os passeios são bem densos. Além é claro, de ser uma cidade grande com muitas opções de atrações.

Por isso, indico pelo menos 3 dias (de preferência inteiros) para explorá-la.

Onde se hospedar em Berlim

Os dois bairros mais indicados são Mitte – centro da cidade, perto de muitas atrações – e Tiergarten – próximo ao Portão de Brandemburgo.

Locomover-se em Berlim é fácil devido ao amplo sistema de transporte público, que conta com ônibus, S-Bahn (trem) e U-Bahn (metrô), além dos carros de aplicativo.

Roteiro de 3 dias por Berlim

Dia 1: Portão de Brandemburgo, Memorial aos Judeus, Parlamento (Reichstag),Topografia do terror e Checkpoint Charlie

Portão de Brandemburgo

Foi um portão de entrada da cidade na época Prussiana construído entre 1788 e 1791, porém durante a Segunda Guerra foi muito danificado e foi totalmente restaurado entre 2000-2002.

No período da Guerra Fria o muro de Berlim ficava bem ao lado do portão sendo assim inutilizado. Na noite de 9 para 10 de novembro de 1989 o local foi palco da grande transmissão da queda do muro sendo transformado em ponto união e um símbolo do final da Guerra Fria.

Memorial aos Judeus mortos da Europa (Memorial do Holocausto)

Esse projeto arquitetônico conta com 2.711 blocos de concreto de diferentes alturas que, segundo o texto do projeto querem produzir uma intranquilidade e um clima de confusão. 

Ele fica a uma quadra do Portão de Brandemburgo e foi inaugurado em maio de 2005.

Parlamento Alemão (Reichstag)

A construção do prédio durou de 1884 até 1884 e foi o local onde foi proclamado a república de Weimar em 9 de novembro de 1918. Em 1933 um incêndio destruiu uma boa parte do local, um mês após a nomeação de Adolf Hitler para chanceler – na época o partido nazista utilizou do preceito de que o incêndio teria sido causado por comunistas para acelerar a instituição de um governo autoritário.

Em 1945, durante a batalha de Berlim o prédio foi novamente atacado e destruído pelos aliados. Somente em 1992 que foi decidido que ele deveria ser reconstruído e em 1999 foi reinaugurado como sede do Parlamento.

Hoje em dia além de toda a importância histórica e política ele também é uma atração turística. É possível subir até a cúpula do edifício e ter uma bela vista da cidade. É necessário agendar a visita com antecedência – acesse o link oficial aqui.

Topografia do Terror

Esse museu é mais um dos locais de lembrança histórica que vemos em Berlim (e na Alemanha como um todo). Ali é retratado o trágico período nazista e além de contar desde a ascensão e o declínio do regime, também nos mostra o cenário da época que foi favorável para que essas pessoas chegassem ao poder. 

O prédio onde hoje funciona o museu não foi escolhido por acaso, ele era a sede da GESTAPO (a polícia secreta – SS – do governo nazista), onde centenas de pessoas foram torturadas e mortas. À frente do museu encontramos ainda um remanescente do Muro de Berlim, pois o local ficava na divisa da parte Ocidental e Oriental, sendo o edifício na parte ocidental.

A entrada é gratuita e a visita indispensável. Devido ao tamanho do local, reserve pelo menos 2 horas para a visita.

A propaganda nazista: oração parecida com "Pai Nosso" só que com Hitler no papel principal. Estava impresso em livros infantis escolares.

Checkpoint Charlie

Esse posto militar de passagem não era o único da cidade, mas tornou-se o mais famoso quando em 1961 foi palco de uma grande tensão entre as duas partes que teve o potencial de deflagrar uma nova guerra. Um oficial americano tentou passar para Berlim Oriental e foi barrado, algumas horas depois 30 tanques de guerra de cada lado estavam carregados e prontos para atirar.

A tensão durou cerca de 15 horas e só terminou depois dos presidentes americano e soviético concordarem em retirar os armamentos do local.

Atualmente uma reprodução das cabines de madeira utilizadas do lado Ocidental marca o exato local do posto e do “quase” conflito.

Dia 2: Memorial do Muro de Berlim, Alexanderplatz e Torre de televisão, East Side Gallery, Ilha dos Museus

Memorial do Muro de Berlim

Algumas pessoas podem confundir a parte do muro que fica em frente à topografia do terror com o museu dedicado a contar a história do Muro, porém devemos lembrar que existem diversos pontos em Berlim que possuem fragmentos do muro.

Já o museu e o memorial ficam localizados na rua Bernauer Straße, que foi um marco da época já que do dia para noite as pessoas de um lado da rua foram separadas a força dos seus parentes e amigos do outro lado.

Por ali ocorreram fugas em massa e inclusive pessoas que tinham suas janelas voltadas para o lado ocidental (porém a entrada do prédio era do lado oriental) se jogavam para tentarem escapar do regime ditatorial. 

O museu conta com um observatório e algumas explicações históricas do momento, mas a principal atração é o memorial a céu aberto que fica onde era o lado oriental do muro. Nele conseguimos ter a dimensão da estrutura do muro (que continha a parede em si, mas diversas zonas que impediam fugas) e pontos de vigia.

A composição do memorial nos faz lembrar as vítimas do regime e o que realmente representou essa separação na vida das pessoas.

Como diversos memorais da cidade a visita é gratuita e, na minha opinião, obrigatória.

Alexanderplatz

Após visitar o muro, pegue o metrô U8 na estação Bernauer Straße e siga em direção a Alexanderplatz. É uma das principais praças da cidade tanto por ser um centro de integração de transporte quanto pelo comércio.

Durante a Guerra Fria, ficava do lado oriental de Berlim por isso os prédios em sua volta tem aquela característica construção comunista. Como na Segunda Guerra a praça havia sido destruída ela foi refeita no pós-guerra. 

A praça era o centro da Berlim Oriental

Nela você encontra a fonte da amizade, o relógio Urania-Weltzeituhr e a Torre de TV (uma das construções mais altas da Europa). Na torre você pode inclusive almoçar no restaurante no topo da cidade e ter uma linda vista.

Numa das pontas dessa praça está a Igreja de Santa Maria, igreja luterana que foi a primeira a realizar um casamento homossexual em agosto de 2016.

Uma das construções mais altas da Europa. Demonstrou o poder soviético em construí-la do seu lado durante a Guerra Fria

East Side Gallery

Após pegue o ônibus 300, um Uber ou aproveite para caminhar pela margem do rio Spree até a Galeria do East Side. Ali ficam as famosas pinturas no muro de Berlim que foram feitas a partir do lado leste e expressam a sensação de euforia e esperança que os anos 1990 carregaram na cidade.

É considerada a galeria ao ar livre de maior duração do mundo. São mais de 100 pinturas de diversos artistas e países.

"Meu Deus, Ajuda-me a Sobreviver a Este Amor Mortal" é o grafite mais famoso da galeria.

Ilha dos Museus

Sem dúvida é uma das jóias da cidade, pois abriga 5 dos mais renomados museus mundiais. Em 1999, foi considerada Patrimônio da Humanidade da UNESCO.

São eles:

  • Altes Museum (Museu Antigo)
  • Neues Museum (Museu Novo)
  • Galeria Nacional
  • Museu Bode
  • Museu Pergamon

O mais famoso dos museus é o Pergamon que conta com estonteantes estruturas da antiguidade e é organizado em 3 partes: antiguidade clássica, antigo oriente e arte islâmica. A sua construção levou 20 anos (1910 até 1930) sendo mais novo dos museus da ilha.

Além dos museus a ilha conta com a catedral de Berlim (Berliner Dom) e um parque lindo (o Lustgarten).

igreja com três cúpulas na frente um parque
Catedral de Berlim (Berliner Dom)

Cada museu vende separadamente o seu ingresso ou você pode comprar o passe de 1 dia que dá direito aos 5 museus (vale a pena se você for visitar dois museus ou mais porque já fica mais barato que comprar as entradas individuais) ou o Museum Pass Berlin (um passe de 3 dias que conta com mais de 30 museus).

Eu indico o passe para quem gostaria de visitar mais de 2 museus e quer ter a flexibilidade de não precisar fazer tudo em um dia.

Pergamonmuseum (Museu Pergamon)

Os museus funcionam geralmente das 10h às 18h, com exceção das quintas que ficam até às 20h. Porém sugiro visitar o site oficial antes de programar.

Na margem oposta à catedral (nas costas dela) você vai encontrar diversos restaurantes com mesas externas (se o tempo permitir) que são super agradáveis para uma legítima cerveja alemã apreciando o rio Spree.

Lustgarten, o parque que corta a ilha dos Museus

Dia 3: Ruínas da Igreja do Imperador Guilherme (destruída na Guerra), Coluna da Vitória, Tiergarten, Ilha dos Museus

Igreja Memorial Imperador Guilherme

Nesse terceiro dia inicie visitando a essa Igreja que foi destruída durante a Segunda Guerra, somente uma parte foi preservada da destruição (o pináculo) e podemos ver as marcas de tiros e explosões.

Ao lado dela, construíram a controversa nova Igreja, assim referida pois possui uma arquitetura muito moderna e peculiar que destoa um pouco do ambiente.

Vejam as marcas de bala e explosões nas paredes decorrentes da batalha aérea de Berlim em 1945.

Para quem gosta de ver os últimos lançamentos de eletrônicos, no outro lado da rua existe uma loja com diversos andares cheio de novidades tecnológicas, situada dentro do shopping Europa-Centro.

Igreja Nova em homenagem ao imperador Guilherme

Coluna da Vitória (Siegessäule)

No meio do Tiergarten (parque enorme que tem em uma de suas pontas os Portões de Brandemburgo) fica essa escultura enorme construída em 1873 para comemorar as vitórias do Reino da Prússia. Originalmente localizado no Parlamento mas desde 1937 fica no centro do parque. 

É possível subir no obelisco de quase 67 metros de altura e ter uma visão panorâmica da cidade. 

Por ser dentro do parque não possui estações de metrô nas redondezas mas o ônibus N26 pode te levar do Memorial Imperador Guilherme até lá.

obelisco com escultura dourada na ponta
Coluna da Vitória (Siegessäule)

Aproveite que está por ali e dê uma caminhada nesse parque, o portão de Brandemburgo fica a 2 quilômetros dali.  

Pequeno lago no Tiergarten

Outros passeios

Gosto de deixar uma folga programada nos roteiros pois, primeiramente, imprevistos acontecem; segundo muitas vezes ficamos sabendo de atrações quando já estamos no local; e terceiro podemos ter gostado tanto de um lugar que queremos voltar para aproveitar mais um pouco.

Também é possível deixar esse turno para conhecer algum museu da ilha dos museus que não deu tempo de visitar no dia anterior.

  • Estádio Olímpico (Olympiastadion): local construído para sediar as olimpíadas de 1936 e utilizado até hoje para eventos esportivos e shows. Oferece uma bela vista da cidade. Utilize o metrô linha U2 estação Olympia-Stadion para visitá-lo. Confira aqui antes os horários de funcionamento.
  • Avenida Kurfürstendamm: era a avenida mais importante de Berlim Ocidental e até hoje uma grande referência no comércio de luxo da cidade. É a avenida que passa na frente da Igreja Imperador Guilherme.
  • Avenida Unter den Linden (Sob as tílias): a principal da cidade. Corta  a cidade desde o Portão de Brandemburgo até a Catedral. 
Estádio Olímpico
Vista da Torre do Sino do estádio Olímpico.

Outra opção de passeio que é prática e não é tão cara são os ônibus Hop On/Hop Off, apesar de um pouco engessados os passeios te levam a conhecer os principais pontos da cidade sem se preocupar em como chegar lá e ainda possuem um pouco de história contada através dos áudios.

Como vocês puderam perceber, Berlim é uma cidade enorme com muita história, monumentos, museus e parques e, sem dúvida, todos merecem a nossa atenção; porém como o tempo é curto acredito que conseguimos cobrir bem a essência do local nesses 3 dias.

Continuem Reservando pelo Mundo conosco e até a próxima!

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